Mudança, onde ela nasce?

É natural que qualquer pessoa hoje não duvide que o mundo está mudando com uma velocidade impossível de ser acompanhada. Todos os dias ouvimos, vemos, presenciamos, provamos ou escutamos sobre mudanças. Olhe para sua cidade, veja as ruas, avenidas, viadutos, transportes, comércios. É fácil perceber as mudanças. Alguns lugares você nem lembra mais como eram e tem dificuldade de encontrar localizações que lhe era familiar. Veja os automóveis que não faz muito tempo tínhamos dificuldade de sintonizar estações de rádio, hoje o sistema de som é espetacular, sem ruídos e até podemos ver quem está cantando. Alguns modelos respondem ao comanda da voz. Jornais, cartas, telefones fixos, já não fazem mais parte da realidade encontrada na maioria da população. Observem o que os celulares fizeram conosco, em nossa casa. Tomaram com facilidade o lugar da televisão e infelizmente o tempo e conversas em família. O que é isso? Mudança! Algumas boas, outras ruins, algumas tão rápidas que ficamos surpresos, espantados por parecer que surgiram do nada. Se apresentam a nossa frente e demoramos entender como chegaram. Mudanças. Quem proporcionou essas mudanças? Sabe responder? Por acaso você estava no processo junto àqueles que proporcionaram as mudanças? O que foi preciso para proporcionar mudanças? Você mudou ou mudaram você? Consegue perceber que não é o mesmo? Quem te mudou? O que te mudou? Onde mudou?

A revolução tecnológica nos condicionou esperar e exigir mudanças a todo tempo e com grande velocidade. Quem compraria um automóvel zero quilômetro com o mesmo design de três anos atrás? Ou seja, quem compraria um automóvel que não mudou sua aparência, interior, funções em três anos? Alguma coisa nova precisa ser apresentada, alguma mudança deve ser realizada para atrair o consumidor. Mudança é uma obrigação em grande parte dos objetos de nosso desejo.

Quando penso sobre esta verdade, me vêm à mente algumas perguntas: tenho mudado? Será que mudei ou sou o mesmo de três anos atrás? Que tipo de mudança desenvolvi em minha vida? Que melhoria é perceptível agora que não era a três anos atrás? Se não mudei, ou seja, se sou o mesmo, com a mesma forma de pensar, com o mesmo conhecimento, mesma proposta, mesmo assunto, mesmo vocabulário, por que alguém deveria me “comprar”, adquirir meu serviço, meu trabalho, minhas ideias? Algumas reflexões são imperativas: qual foi a última mudança significativa que promovi em minha empresa nos últimos seis meses? Qual foi a última mudança que criei em minha marca profissional nos últimos doze meses? O que mudei que meus clientes, colaboradores, fornecedores, colegas de trabalho puderam perceber como algo digno de reconhecimento?

Fico preocupado em pensar que posso ser somente um executor de mudanças que alguém as promoveu e não um agente proporcionador de mudanças. É lógico que ser um excelente executor é fruto de uma mudança. Só podemos trabalhar com algo novo à medida que aprendemos o novo. Contudo, aprendi que, ser agente de mudanças, criador de mudanças, provedor de mudanças, geralmente é mais desafiador, por isso credencia receber maiores e melhores recompensas em todos os sentidos.

Só posso promover mudanças quando mudo! Como proporcionar mudanças sem mudança? Como ser um agente de mudanças se penso da mesma forma, com o mesmo modelo mental? Só mudo algo, quando mudei primeiro em minha mente, na maneira de pensar, avaliar, desejar, decidir.

Quem estabelece mudanças, cria produtos, desenvolve projetos, revoluciona processos, é um mudado, é um inconformado.  

Bom, saber que precisamos mudar não é novidade alguma, a grande questão é: como mudar? Onde nasce a mudança? De onde ela vem, como surge?

A resposta é simples. Toda mudança nasce, vem, surge através do conhecimento, pelo conhecimento. Toda mudança é fruto de algo novo que entrou na mente, algo que não era conhecido, não foi experimentado. É por isso que não é o tempo que faz alguém mudar, não são as estações que promovem mudanças. Somente o conhecimento pode gerar mudanças.

Reflita comigo, por que você hoje não pensa como um adolescente? Por que muito dos seus sonhos não são os mesmos? Por que agora tem medos de que quando jovem não os sentia? Porque você conheceu algo novo, aprendeu que trabalhar é diferente de frequentar aulas; aprendeu que perder um emprego é muito mais doloroso que perder uma partida de futebol na rua; aprendeu a importância da responsabilidade, aprendeu que ganhar maiores recursos não é tão fácil como imaginava, aprendeu que manter uma casa é um desafio constante. Se encontrou com tranquilidade e dores, tristezas e alegrias, vitórias e derrotas. Aprendeu que a vida não tem a forma que acreditava. Aprendeu que ela cobra caro por algumas falhas.  Foi por isso que mudou, é por isso que não pensa como antes, sua mudança se deu pelo fato de conhecer algo que não conhecia. 

Agora, reflita um pouco mais. Se você aos 17 anos, adiasse o ingresso na sua vida profissional em mais um ano, como seria sua vida até seu décimo oitavo aniversário? É muito provável que permaneceria mais um ano muito parecido com a maneira como vivia aos 17 anos, continuaria com o mesmo modo de pensar de um adolescente. Mas, quando entrou na vida profissional, foi apresentado ao novo. Não podia mais ser quem era dentro de casa, era preciso respeitar de forma diferente, ouvir muitas vezes o que não desejava, receber orientações que não concordava, era preciso obedecer ao que lhe era proposto, algumas vezes sem poder argumentar. Isso o fez aprender e viver novos hábitos, o fez mudar. Novamente afirmo, é por isso que não é o tempo que nos faz mudar, mas o conhecimento, o que descobrimos, a entrada de algo novo em nossa mente. 

Você só muda com a chegada do conhecimento. Sabe o que isso significa? Se não costuma apresentar algo novo, não promove mudanças em sua empresa, em seus clientes, não cria diferentes argumentos, novos vocabulários, novos raciocínios e novos objetivos; você não tem aprendido nada. É fácil perceber que a leitura não é uma companheira, nem o aprendizado uma realidade; você conseguiu fazer a proeza de parar no tempo. Mas, como parar no tempo não é possível, está a cada dia ficando mais para trás. Logo vai perder grandes oportunidades.

Algo me veio à mente agora, preciso chamar sua atenção para o fato de que é natural, triste e irritante, perceber ao longo da vida que é fácil encontrar profissionais que definitivamente não são agentes de mudanças, mas as exigem no outro. Costumam ser críticos vorazes, reclamam, condenam, reprovam, rejeitam, porém são incapazes de apresentar um plano melhor. Essa realidade nos obriga olhar para dentro de nós mesmos e, sem reservas, observar se não somos um deles. Particularmente tenho feito esse exercício constantemente. Somente os tolos não são e exigem que outro seja.

Entenda que mudanças relevantes, exigem conhecimentos relevantes. Grandes mudanças requerem a renovação da mente. O prefixo “RE” significa refazer, reiniciar, recomeçar. Não é algo simples, muito menos fácil, mas você nunca terá uma mudança significativa na vida a menos que conhecimentos significativos transformem seu modo de pensar, suas crenças, seus valore, suas verdades. O conhecimento adquirido através de professores, livros, análises são muito importantes, assim como, os que a vida proporciona pelas experiências que vivemos. 

Deseja ser grande? Deseja grandes mudanças? Deseja ser um grande agente de mudanças? Grandes conquistas? Mude! Queira aprender, leia mais, estude mais, aprenda com homens que fizeram história, enfrente o novo, descubra verdades escondidas, encare seus erros, examine seu eu. Você fará ótimas descobertas, conhecerá algo novo… Será capaz de mudar e promover mudanças.